Para a McLaren, a corrida acabou por ser uma pequena decepção, na medida em que com os dois carros na primeira linha da grelha à partida, a equipa de Woking perdeu o primeiro lugar aquando da segunda paragem de Hamilton nas boxes, entrando mais cedo do que o previsto, ao passo que Heikki Kovalainen viu-se batido também na estratégia das boxes por Kimi Raikkonen, acabando em quarto posto. Lewis Hamilton não quis culpar a equipa, lembrando que todas as decisões, as vitórias e as derrotas são enfrentadas em conjunto. "Nós ganhamos e perdemos juntos e eles fizeram um esforço tremendo para nos fazer chegar ao nível em que estamos, pelo que não podemos tomar o segundo lugar como garantido nem ficar desapontados por não termos ganho, já que tínhamos um andamento extraordinário e foi um esforço tremendo de toda a gente", começou por dizer o britânico, preferindo enaltecer o trabalho da equipa McLaren. "Estas coisas acontecem, e é capaz de ser a segunda vez que me acontece em todas as corridas que fiz. Por tudo aquilo que fizeram, eles merecem uma palmada nas costas", acrescentou. Quanto à corrida propriamente dita, Hamilton afirmou a sua crença de que os Brawn GP estarão mais rápidos do que os McLaren. Ainda assim, lembra que na fase inicial, o plano estava a correr bem para a formação de Woking. "A primeira parte da corrida foi muito bem controlada do meu ponto de vista, fomos consistentes. Na segunda fase eu tive dificuldades com os pneus e em acompanhar o andamento do Rubens [Barrichello], especialmente nas curvas rápidas. Era aí que ele parecia estar a apanhar-me. Continuei a puxar e o ultimo turno com os pneus principais correu um pouco melhor para mim. Forcei muito, quase como uma sessão de qualificação, muito perto do muro em cada volta e, na verdade, posso sair daqui feliz porque sei que dei tudo", concluiu Hamilton.
Raikkonen foi o melhor representante da Ferrari, mostrando que o Ferrari F60 também era competitivo em Valência, embora não se tivesse conseguido imiscuir na luta pelo triunfo. "Sabemos que não estamos ao nível a que precisamos de estar - estamos um pouco atrás - mas assim que conseguimos por o carro a andar bem, geralmente conseguimos lutar pelo terceiro posto. Estou contente com este resultado. Já na sexta-feira que tinha percebido que o carro estava competitivo em longas distancias e, por isso, pensámos que era possível lutar por uma posição no pódio. Sabíamos que podíamos ter dificuldades na qualificação, em especial com pouco combustível", referiu Raikkonen. "Estas duas previsões provaram-se realidade e hoje conseguimos voltar a acabar no pódio", acrescentou. "Agora vamos para Spa, uma pista que gosto muito: temos de esperar até sexta-feira para ver quão competitivos estamos. Neste ponto da temporada, se tudo correr bem, podemos apontar a um lugar no pódio e se alguma coisa de estranho acontecer à nossa frente podemos até fazer melhor. Temos de fazer tudo o que podermos para manter o terceiro lugar na tabela de construtores", concluiu.
Heikki Kovalainen da McLaren Mercedes terminou a corrida sob forte pressão de Nico Rosberg, tendo, no entanto, o piloto da Williams que se contentar com o quinto lugar final. Fernando Alonso aguentou bem as investidas distantes de Jenson Button, terminando no sexto lugar. O líder do Campeonato teve uma corrida difícil, perdendo muitos lugares logo no arranque. Ainda assim, com uma postura de ataque, conseguiu elevar-se até ao sétimo posto final, o que contrastou com os resultados dos seus adversários da Red Bull – Sebastien Vettel desistiu com outro motor partido e Mark Webber ficou fora dos pontos, vendo-se batido por Robert Kubica na luta pelo oitavo lugar. Outras notas a retirar do Grande Prémio da Europa realizado este domingo no circuito de Valência permitem-nos verificar o prestação "sofrível" de Luca Badoer, o piloto de testes da Ferrari que foi chamado a ocupar o lugar de Filipe Massa, e que andou sempre no final do pelotão, tendo mesmo sido penalizado por pisar a linha limite à saída das boxes depois do segundo "pit-stop" e a boa operação em termos pontuais por parte da Brawn aproveitando o facto de nenhum dos pilotos da Red Bull ter pontuado: Mark Webber foi nono, ao passo que Sebastian Vettel não cruzou a linha de meta, abandonando com problemas mecânicos. Nota, ainda, para o ponto alcançado pela BMW Sauber, por intermédio de Robert Kubica, numa demonstração de que o novo pacote aerodinâmico levado para Valência deu bons resultados.
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