Dakar (9ª etapa): Carlos Sousa ascende ao sexto lugar

Depois dos contratempos sofridos na última sexta-feira, Carlos Sousa continua a recuperar e no final da nona etapa que hoje terminou em La Serena, o piloto ocupa um brilhante sexto lugar à geral. Um resultado notável para o português, já que para além de regressar à liderança entre os pilotos privados, ainda reforçou o lugar de melhor português e o primeiro entre a armada Mitsubishi. Para trás fica o deserto do Atacama e a certeza de até Buenos Aires tudo ir fazer para conservar a posição, sem deixar de estar atento a um eventual percalço que suceda aos VW e BMW oficiais que o precedem na classificação. À chegada ao bivouac instalado em La Serena, no final de “apenas” 170 quilómetros cronometrados (a organização “cortou” 168 quilómetros, devido ao nevoeiro matinal que se abateu na região de Copiapó) Carlos Sousa não escondeu a satisfação por subir mais um lugar à geral. “Naturalmente que estou satisfeito, até porque à minha frente apenas estão equipas oficiais. Melhor do que isto é impossível e em função de todas as condicionantes que rodearam esta participação, é claro que este resultado tem um significado muito especial”. O dia foi para Carlos Sousa relativamente tranquilo “imprimi um ritmo rápido, mas sem correr riscos desnecessários e só tive dificuldades na transposição das primeiras dunas, onde perdi cerca de cinco minutos. Depois disso não fui vítima do mais pequeno problema, mas não deixou de ser uma etapa dura, a exigir muita concentração, tanto ao volante, como na navegação. Esta terá sido a mais dura especial do Dakar antes da chegada a Buenos Aires, mas ainda há muitos quilómetros pela frente. Agora que deixamos o deserto, vamos entrar em percursos mais ao jeito dos ralis tradicionais”. Com esta mudança de cenário, Carlos Sousa acredita que “as viaturas oficiais ainda vão ter mais vantagem, devido ao excelente binário dos seus motores diesel. Eu tenciono andar rápido, até com o objectivo de não perder a concentração, mas não vou arriscar seja o que for, porque quero poupar a mecânica. Encontro-me numa posição confortável, com uma diferença razoável para os adversários que me precedem, mas atento ao De Williers, que me segue na classificação, ele que foi só o vencedor da edição do ano passado. Ou seja, quero terminar terminar as próximas etapas sem percalços, para chegar ao pódio final instalado em Buenos Aires entre os seis primeiros e como primeiro dos privados”.

Miguel Barbosa e Miguel Ramalho conseguiram hoje o melhor resultado desde que deram início ao Dakar 2010 Argentina Chile, com o 11º lugar na Etapa 9, resultado que lhes permitiu regressar ao 12º lugar da classificação geral. A dupla portuguesa, ao contrário das etapas anteriores, não sofreu problemas de maior, o que lhes possibilitou quase sempre, rolar a um bom ritmo. À chegada ao parque de assistência os pilotos do Mitsubishi Racing Lancer MPR-13 estavam satisfeitos com o desfecho do dia: “Foi a melhor etapa que tivemos até agora. Depois dos azares de ontem é com alguma satisfação que terminamos este dia. A especial, tal como a maioria de todas as outras, foi particularmente complicada com muita areia”, começou por explicar o piloto português que se despediu do deserto do Atacama. A entrada na etapa foi feita com algumas reservas mas há medida que os quilómetros iam passando a confiança ganhava terreno e o andamento também: “Entrámos cautelosos porque sabíamos que não nos esperavam facilidades. Mas estava tudo a correr bem e começámos a impor um bom ritmo. Os únicos problemas com que nos deparámos foram: numa zona de dunas em que existiam muitas motas caídas o que nos obrigou a seguir por um caminho que não correspondia ao correcto. Enveredámos por um lado da montanha e depois tivemos de voltar para trás. E quando já estávamos a 10 quilómetros do final, rebentámos uma roda e fomos obrigados a substituí-la. Exceptuando esses dois detalhes, tudo o resto correu na perfeição”, disse. Miguel Barbosa conseguiu assim o seu melhor resultado desde que deu início à grande maratona: “Sentimos ao longo da etapa que estávamos a ter um bom desempenho. As coisas estavam a fluir bem. Agora só esperamos que assim continue até ao final. Depois de tantos problemas, acho que já merecemos”, concluiu Miguel Barbosa.

Na geral Nasser Al-Attiyah não desiste de dar luta ao seu companheiro de equipa da Volkswagen, Carlos Sainz, e voltou a vencer uma etapa no Dakar Argentina-Chile, numa etapa que se disputou quase em 'sprint'. O piloto do Qatar demonstrou grande velocidade ao longo de toda a tirada, hoje encurtada para cerca de 170 quilómetros, chegando ao final com uma vantagem de 5m59s face a Sainz, encurtando mais um pouco a distância que os separa na geral. Ainda assim, são 8m36 que separam Attiyah de Sainz, embora tudo esteja em aberto para as derradeiras etapas da competição. O terceiro classificado da etapa de hoje foi Giniel de Villiers, embora já a quase oito minutos, ao passo que Guérlain Chichérit foi o quarto.

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