A nova geração do Focus foi posta à prova em diversas regiões do mundo sujeitas às mais adversas condições climatéricas com vista a garantir os mais elevados níveis de fiabilidade e segurança, independentemente dos países onde seja vendida. O modelo foi também sujeito a quase mil horas de simulações num ambiente bastante mais controlado: o túnel de vento da Ford situado em Merkenich, na Alemanha. Aqui testou-se e optimizou-se uma série de novas características aerodinâmicas visando tornar o novo Focus num dos automóveis mais aerodinâmicos jamais produzidos pela Ford. Manfred Lentzen, supervisor da equipa de desenvolvimento responsável pela aerodinâmica, explica: “É neste túnel de vento e num outro externo, que integra um sistema de simulação do efeito de solo, que efectuamos os ensaios aerodinâmicos, garantindo o controlo de todas as forças e momentos aerodinâmicos; os coeficientes de resistência e sustentação aerodinâmicas, bem como os coeficientes de momento de guinada causado por ventos laterais. Realizamos ainda medições acústicas e do ruído gerado pelo vento, tanto no exterior como no interior do veículo. Neste túnel, o motor do ventilador de 2 MW tem capacidade para gerar ventos até 190 km/h, no caso de um veículo de dimensões normais, e até 250 km/h em ensaios com um modelo à escala de 40%." O veículo é posicionado ao centro do túnel, de frente para o ventilador gigante, com as rodas sobre apoios que medem as forças exercidas sobre o veículo. Este pode ainda rodar em diferentes ângulos para se medir os coeficientes de momento de guinada. Nas instalações, que são totalmente insonorizadas, o silêncio é absoluto com o ventilador gigante desligado – uma condição indispensável para se poder efectuar as medições do ruído gerado pelo vento. Um “espelho acústico” semelhante a uma grande parabólica é utilizado na fase de ensaios com o modelo de barro para examinar a superfície do veículo e medir o ruído que é gerado pela passagem do vento por cima e à volta da carroçaria. A equipa de Lentzen é envolvida desde o início do programa de desenvolvimento do veículo – a fase de concepção. Nesta fase, definem-se os objectivos de performance e economia com base nos quais a equipa vai depois calcular o coeficiente de resistência aerodinâmica que se pretende atingir. "De seguida, temos de descobrir uma forma de atingir este objectivo," refere Lentzen. "Concentramo-nos em áreas do actual modelo que podemos melhorar e procuramos descobrir novas características que possam ser utilizadas." Depois da fase de concepção, com base nos cálculos de DFC (dinâmica de fluidos computacional), a equipa passa à fase do modelo à escala de 1:1, altura em que o túnel de vento é utilizado pela primeira vez. “Os modelos à escala de 1:1 são modelos de barro muito realistas, tendo exactamente as mesmas dimensões que o veículo acabado, bem como um chassis e um compartimento do motor quase idênticos aos do modelo final. Nesta fase, trabalhamos em estreita colaboração com a equipa de design. Se surgir alguma coisa que não esteja a resultar para nós em termos de aerodinâmica, discutimos e acordamos, com essa equipa, as alterações que necessitam de ser efectuadas. Depois da fase de desenvolvimento do modelo de barro, todas as superfícies exteriores são finalizadas e passa-se à fase do protótipo, em que se confirma se tudo está correcto. Introduzimos uma série de novas características aerodinâmicas no novo Focus e melhorámos significativamente o seu coeficiente de resistência aerodinâmica (Cd), que é basicamente o que utilizamos para medir a aerodinâmica do veículo. A versão de 5 portas apresenta um Cd de 0,295 em comparação com o Cd de 0,318 do seu antecessor, enquanto que na versão de 4 portas o Cd desceu de 0,304 para 0,274 em relação ao anterior modelo".
Das novas características de aerodinâmica desenvolvidas pela equipa destaca-se a Grelha Dianteira com Sistema de Fecho Activo. O novo Focus integra um sistema de fecho que cobre todo o sistema de refrigeração. Montado à frente do radiador e controlado pelo módulo electrónico do motor, o sistema abre e fecha automaticamente as entradas de ar da grelha para regular o fluxo de ar ao radiador e ao compartimento do motor. O sistema só abre as entradas de ar quando é preciso refrigerar o motor, fechando-as quando tal não é necessário, contribuindo assim para melhorar a aerodinâmica. “Mas não se trata de um simples abrir e fechar;” explica Lentzen. “A abertura é ajustada em 14 incrementos. Por exemplo, se conduzir com tempo quente e o sistema de climatização ligado, ou se rebocar um atrelado numa subida íngreme, o sistema terá de manter as entradas de ar abertas, mas se circular numa auto-estrada, em condições climatéricas normais, as entradas de ar ficam fechadas a maior parte do tempo. O objectivo é mantê-las fechadas durante o máximo tempo possível para economizar combustível. Este sistema permite melhorar o coeficiente de resistência aerodinâmica do veículo entre 5 a 6%”.
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