'Drive-trough' penaliza fim-de-semana notável de Álvaro Parente no Mónaco

A segunda corrida da GP2 Series do programa do Grande Prémio do Mónaco foi madrasta para Álvaro Parente que, apesar de ter andamento para se bater pelos lugares cimeiros, terminou no décimo sexto posto devido a uma penalização devido a uma alegada falsa partida. Depois da notável prestação que protagonizou ontem, que lhe valeu o segundo lugar na prova mais importante do fim-de-semana da categoria que se assume como a antecâmara da Fórmula 1, esperava-se que hoje o piloto português pudesse bater-se pelo lugares pontuáveis, o que acabou por se verificar, após um arranque normal que o viu ganhar um lugar graças aos problemas de Stefano Coletti, que ficou parado na grelha. No sexto lugar, Álvaro Parente passou a atacar insistentemente Davide Valsecchi que estava notoriamente a condicionar o andamento do piloto da Racing Engineering. No entanto, os Comissários Desportivos consideraram que o jovem do Porto terá realizado falsa partida, impondo-lhe um drive-through que colocou um ponto final nas suas aspirações, até porque, com duas situações de Safety-Car, o alcance da penalização foi maximizado. “Não compreendo o porquê de ter sido penalizado, dado que o procedimento que tomei hoje, foi o que adoptei ontem e como se pode verificar pelas imagens, não beneficiei de qualquer vantagem no arranque! Foi pena, porque poderia ter assegurado mais alguns pontos, dado que esteva no sexto lugar e tinha andamento para me bater com os pilotos que estavam à minha frente. Depois de ter passado pelas boxes, pouco havia a fazer. Ataquei ao máximo, ultrapassei dois carros, muito embora neste circuito esta manobra seja muito difícil”, apontou Álvaro Parente. Apesar da desilusão de hoje, o jovem português faz um balanço positivo deste fim-de-semana, mas coloca já os olhos no futuro. “Penso que chegar ao Mónaco sem qualquer teste e apenas com um fim-de-semana de corridas com este carro e alcançar um segundo lugar só pode ser considerado como um bom resultado. Para além disso, julgo que mostrei a minha rapidez e consistência num circuito extremamente exigente. Gostaria de agradecer à Racing Engineering pela confiança que depositou em mim e por todo o apoio que me ofereceu. Agora tenho que me concentrar no teste que vou realizar com a McLaren já na próxima terça-feira”, concluiu Álvaro Parente. A corrida foi ganha por Charles Pic, à frente do checo Josef Král e do francês Romain Grosjean. Nas contas do campeonato, Grosjean lidera, com os mesmos 23 pontos que o britânico Sam Bird e mais um que Pic, enquanto Álvaro Parente - que faz um regresso episódico à GP2 para substituir o piloto alemão Christian Vietoris, da Racing Engeneering, a recuperar de um acidente - é 11.º, com oito.

Ocean perto de somar os primeiros pontos


A Ocean Racing Technology terminou o fim-de-semana no Mónaco com Kevin Mirocha a chegar ao 10º lugar na primeira corrida, depois de ter partido de 23º. A equipa deu assim bons indicadores mas com um sabor amargo, já que duas falhas de motor acabaram por comprometer o resultado. Johnny Cecotto Jr., viu-se impedido de somar os primeiros pontos quando tinha condições para terminar a primeira corrida em 8º, lugar que lhe dava a Pole Position no Sábado. Kevin Mirocha estreou-se no Mónaco com uma grande prova de maturidade em pista. O piloto alemão fez uma primeira corrida notável e recuperou do 23º lugar até 10º. Na segunda corrida, Mirocha estava bem colocado para chegar a 8º, mas o motor do Ocean cedeu e obrigou o piloto a abandonar. Um problema técnico alheio à equipa e que impediu a formação portuguesa de sair do Mónaco classificada entre os mais rápidos. Apesar de todas as contrariedades, o balanço é positivo e tanto os tempos por volta como os parciais confirmam uma rota ascendente na prestação. Kevin Mirocha confirma que à terceira ronda a formação portuguesa está no bom caminho: "Tivémos um bom ritmo desde os treinos livres e se as coisas não correram melhor foi por problemas de que não temos a culpa. Na corrida de Sábado nada indicava o que viría a acontecer. O motor estava bem, eu tinha um ritmo consistente mas depois de seis ou sete voltas parou de repente. Foi pena, porque estava bem encaminhado para terminar no top 10," disse o piloto alemão. Quanto a Johnny Cecotto Jr. teve sorte inversa. Na primeira corrida, o venezuelano abandonou devido a um problema de motor depois de ter largado de 10º e quando estava bem colocado para chegar a 8º. Se assim fosse, Cecotto conquistava os primeiros pontos da temporada e sairía da frente para a corrida de Sábado. Mas, em vez disso, viu-se relegado para o final da grelha. Depois, na segunda corrida, Cecotto lutou muito num circuito onde, por tradição, as ultrapassagens são complicadas. O piloto ainda foi penalizado com uma passagem pela linha de boxes por ter queimado a partida. Depois, apanhou Michel Herck pela frente a defender a posição de forma agrassiva. Cecotto Jr. deu um toque ligeiro que deixou marcas no Ocean e o impediram de ir além 17º. No final, o venezuelano não escondia o desânimo: "Estou bastante desiludido porque foi uma ronda muito complicada para mim. Gosto muito do Mónaco e costumo ser rápido logo na qualificação. O 10º lugar na grelha da primeira corrida não foi muito mau e acabei por partir em 9º. Mesmo com uns segundos que perdemos na paragem nas boxes podia ter chegado a 8º. Mas o motor parou e não havia nada a fazer. Na segunda corrida parti de trás, estava rápido e a recuperar lugares. Depois tive o drive through e a seguir apanhei pela frente o Herck, que estava a fazer uma condução perigosa. Podia ter acabado em acidente e fui obrigado a levantar o pé. Globalmente estamos bem, mas acho que nos tem faltado sorte", admitiu Cecotto Jr. Depois de seis corridas no mês de Maio, a GP2 faz uma pausa de um mês. O regresso acontece entre 24 e 26 de Junho, no Grande Prémio da Europa em Valência, Espanha.

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