Após a queda e desistência de Jorge Lorenzo no warm up Casey Stoner necessitava apenas de terminar nos seis primeiros para se sagrar Campeão do Mundo de MotoGP de 2011, mas não foi por isso que deixou de dominar as 27 voltas de competição para somar o quinto triunfo consecutivo em Phillip Island e, com isso, o ceptro de 2011 numa corrida de badeira-a-bandeira. Partindo da pole, o australiano da Repsol Honda tirou o melhor partido da vantagem para assumir o controlo da corrida desde o início e, como é seu hábito, construir de forma gradual uma confortável margem na frente do pelotão para vencer com 2,210s de vantagem sobre os demais e, com isso, dar o ceptro de Construtores à Honda. Pouco depois de ultrapassadas as primeiras dez voltas de corrida a Direcção de Corrida mostrou a bandeira branca devido aos chuviscos que se começaram a fazer sentir em partes da pista, mas nem mesmo isso fez Stoner reduzir o ritmo, rodando até final sem recorrer à troca de montada, tal como a maioria do pelotão. Contudo, a tranquilidade e concentração do australiano foi posta em causa a três voltas do fim. Uma breve chuvada forte quase resultou em queda de Stoner devido ao piso molhado, mas piloto da casa controlou bem a RC212V, manteve a calma e viu o sol regressar na volta seguinte para dar mais brilho à nona vitória do ano, e logo no dia do 26º aniversário. "Creio que ninguém podia planear as coisas de forma a que corressem melhor do que correram hoje! A corrida foi incrivelmente difícil, as condições estavam muito duras. Consegui construir uma vantagem no início assim que vi que vinha chuva, mas não tinha certeza se se confirmaria. Basicamente rodei contra uma parede de chuva, não houve qualquer tipo de aviso na zona oposta do circuito e quando entrei para a última curva foi quando a chuva caiu em força. Quase perdi o controlo e pensei mesmo que ia acabar na gravilha. Consegui manter o controlo e gerir a vantagem e felizmente levei a moto até ao final para vencer, mas foi um pouco enervante. Tenho muita pena pelo acidente do Jorge esta manhã, ele é um grande rival e creio que se ele tivesse corrido hoje aqui as coisas talvez não se desenrolassem como desenrolaram. Espero que a operação dele corra bem e que esteja de regresso assim que se sinta em forma. Não tenho como agradecer a todos, à minha equipa, à Repsol, a todos os nossos patrocinadores, a todos os que trabalharam tão arduamente durante todo o ano, obrigado!"
Enquanto isso, vindo do segundo posto da grelha e apresentando forte ritmo, Marco Simoncelli terminou na mesma posição, mas apenas depois de emocionante final. O italiano, que ainda se viu batido por alguns instantes por Nicky Hayden (Ducati Team) na partida, fez depois uma corrida tranquila apenas para se ver fortemente pressionado por Andrea Dovizioso nas últimas três voltas. A chuva repentina que se abateu sobre o traçado ao cair do pano fez com que Dovi se colasse a Simoncelli, chegando mesmo a ocupar o segundo posto a duas voltas do fim, mas o homem da San Carlo Honda Gresini não se deu por vencido. Sem nunca descolar da roda do compatriota, Simoncelli acabou por recuperar a posição na última volta para terminar no intermédio do pódio, o seu melhor resultado de MotoGP até ao momento. No quarto posto, e fazendo o pleno para as máquinas de fábrica da Honda, ficou Dani Pedrosa. O espanhol da Repsol Honda partiu de oitavo, mas colou-se ao grupo da frente desde os primeiros momentos da corrida, levando a cabo interessante duelo com o companheiro de equipa Dovisoso, principalmente depois de ultrapassado o americano da Ducati Team. Com a luta pela terceira posição em mente, Pedrosa não descolou da roda de Dovi e chegou mesmo a passar o companheiro de equipa, mas o italiano não demorou a impor-se e voltar à terceira posição. Pedrosa ainda manteve a pressão, mas com a chuvada repentina acabou por não conseguir manter o mesmo ritmo, tendo de se contentar com a quarta posição. Atrás do espanhol, em quinto, ficou Colin Edwards (Monster Yamaha Tech 3), seguido de Randy de Puniet (Pramac Racing Team) e de Hayden que, além de Capirossi, foi o único a ir às boxes já perto do final da corrida para trocar de moto. O oitavo posto ficou a cargo de Toni Elías (LCR Honda MotoGP), com Loris Capirossi (Pramac Racing Team) em nono e Karel Abraham (Cardion AB Motoracing) a fechar a lista dos dez primeiros apesar de queda a quatro voltas do fim. Quem também foi ao chão na sequência da forte chuva foram Valentino Rossi (Ducati Team), Álvaro Bautista (Rizla Suzuki MootGP), Cal Crutchlaw (Monster Yamaha Tech 3) e Hiroshi Aoyama (San Carlo Honda Gresini.)
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