Queda rouba vitória em Jerez de la Frontera a Miguel Oliveira em Moto3

Miguel Oliveira liderava a segunda jornada do Campeonato do Mundo de Moto3 que este fim-de-semana tem lugar no traçado de Jerez de la Frontera quando uma queda o impossibilitou de chegar à vitória. Apesar da prova ter sido declarada com piso seco e os pilotos terem montado pneus 'slicks', a realidade é que o traçado estava ainda, em muitas zonas, muito molhado o que viria a reflectir-se no elevado número de quedas ao longo de toda a prova. Miguel Oliveira arrancou do terceiro lugar, chegou ao primeiro posto e preparava-se para aumentar o fosso entre o segundo classificado quando uma queda o arredou da prova. Ainda tentou regressar à pista mas os comissários não permitiram. Este desfecho estava longe do imaginário do piloto português que não escondia alguma frustração: "Estou chateado. Foi um fim-de-semana quase perfeito. Estive sempre na frente. Na corrida, após a queda, estava em condições de regressar à corrida mas os comissários impediram. Agora temos de reflectir no que aconteceu e olhar em frente porque no próximo fim-de-semana temos já a jornada do Estoril", disse Miguel Oliveira. O estreante italiano Romano Fenati confirmou o estatuto de futura estrela ao conquistar a primeira vitória da carreira de forma dominadora em condições traiçoeiras que levaram à queda de quase metade do pelotão.

Casey Stoner estreia-se a vencer em Jerez em corrida épica

Após a corrida de Moto2 ter sido interrompida devido a chuva, o tempo melhorou o bastante para a prova de MotoGP ser considerada seca antes do início. A corrida foi emocionante desde o início com Pedrosa, da Repsol Honda, a disparar para a frente do homem da 'pole', Lorenzo, da Yamaha Factory Racing. Cal Crutchlow, da Monster Yamaha Tech3, não demorou a passar para terceiro depois de levar a melhor sobre Nicky Hayden (Ducati Team) na Curva 6. Foram assim as primeiras voltas, com Lorenzo a passar Andrea Dovizioso (Tehc3) com manobra agressiva pouco depois de ter sido ultrapassado pelo italiano. O companheiro de equipa de Pedrosa, Casey Stoner, encontrou então o ritmo para disparar para a frente, passando Lorenzo e depois o companheiro de equipa Pedrosa. O australiano começou rapidamente a apresentar bons tempos, mas não se conseguiu isolar do Campeão do Mundo de 2010 Lorenzo. Enquanto isso, a luta atrás era emocionante, com Hayden, Pedrosa, Dovizioso e Crutchlow a trocarem de posições com frequência antes do grupo se partir um pouco a 19 voltas do final. Pedrosa levou a melhor e foi em busca da dupla da frente. Enquanto isso, Hector Barberá (Pramac Racing) defendia o nono lugar dos ataques de Valentino Rossi (Ducati Team), do companheiro de equipa de Lorenzo, Ben Spies, Karel Abraham (Cardion AB Racing) e de Randy de Puniet, da Power Electronics Aspar. Crutchlow, que tinha deixado para trás o companheiro de equipa, apanhou Pedrosa e iniciou a luta pelo terceiro posto. Hayden começou a sentir dificuldades a 16 voltas do final, perdendo ritmo e sendo passado por Álvaro Bautista (San Carlo Honda Gresini) e depois por Stefan Bradl (LCR Honda MotoGP), que foi sétimo. Enquanto isso, Rossi passou Barberá e tentou reduzir a diferença de oito segundos para o americano. Com o pelotão a reduzir um pouco o ritmo a meio da corrida, Stoner manteve Lorenzo na segunda posição, enquanto mais atrás Crutchlow obrigava Pedrosa a não falhar na luta pelo mais baixo do pódio. A nove voltas do final Lorenzo atacou forte e reduziu a margem para Stoner, mas o australiano conseguiu manter a posição até final para garantir a primeira vitória em Jerez na categoria rainha. "Não fiz uma boa partida, pelo que tentei evitar a confusão, houve gente a travar outros, toques e era importante não ser apanhado por qualquer confusão! Depois consegui ganhar muitas posições em curto espaço de tempo e chegar à frente. Não tentei ganhar vantagem porque sabia que o Jorge e o Dani estavam muito rápidos, mas queria ficar na frente com eles e fugir dos outros. Depois vi que o Jorge e eu tínhamos um ritmo um pouco melhor e que podíamos ganhar vantagem. Foquei-me no caminho que queria seguir porque havia muitas zonas com água e era fácil cometer um erro. Gerimos a corrida em função das condições do circuito e conforme foram melhorando puxei um pouco mais, a moto estava muito melhor que na qualificação. Senti alguma pressão muscular no braço outra vez, mas felizmente não foi tão forte como no Qatar. Tendo em conta o fim-de-semana no seu todo e quão rápidos estavam o Dani e o Jorge nesta pista, vencer aqui é algo de especial para mim.” referiu o australiano no final da corrida. Enquanto isso, Michelle Pirro, piloto CRT da San Carlo Honda Gresini, desistia a oito voltas do final com problemas de motor e Abraham sofria queda na Curva 13. Lorenzo conquistou o segundo posto final, com Pedrosa a terminar em terceiro, pouco à frente de Crutchlow e com Bautista a fechar a lista dos cinco primeiros. O Top 10 contou ainda com Dovizioso, Bradl, Hayden, Rossi e Barberá. O melhor das CRT foi Aleix Espargaró, que beneficiou da desistência de Randy de Puniet.

O Circuito do Estoril recebe de 4 a 6 de Maio a terceira ronda da época.

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