Sob um calor intenso e numa disputa afincada constante, Miguel Oliveira conquistou o primeiro pódio da temporada, numa corrida em que apenas conseguiu partir quase no fim de todos os pilotos, devido a um problema no arranque. O desempenho estrondoso, marcado por uma recuperação irrepreensível assim que entrou efectivamente na prova, valeu ao piloto português também a volta mais rápida da corrida (2.14.339) e um lugar para a bandeira portuguesa nos 3 melhores. Volta após volta, Miguel Oliveira surpreendeu o público com uma conquista de lugares imparável. A 14 voltas do fim, o piloto português já tinha conseguido posicionar-se em 5.º lugar, espaço que conseguiu após ter recuperado metade da grelha em apenas duas voltas. O feito tremendo não deixou dúvidas acerca das suas intenções de se juntar ao grupo da frente, tal como o tinha anunciado no dia anterior. “Esta corrida foi muito difícil e louca”, confessa. O grande à vontade de Miguel Oliveira com o novo chassis que comprovou, consistentemente, uma maior capacidade de atacar tanto nas curvas lentas como nas mais rápidas, foi aliado a uma prestação incansável do piloto, que não teve um segundo de descanso em toda a corrida, apesar das dificuldades técnicas inerentes à mesma: “Na partida um problema com a activação do launch control fez com que perdesse muitas posições. O esforço extra que fiz para as recuperar fez com que gastasse os pneus mais cedo e comprometesse a parte final da corrida”, explica. Juntar-se ao grupo do frente foi uma conquista que valeu ao piloto português a volta mais rápida em pista, mas que apenas fazia prever parte da batalha dura que ainda teria início. A competição direta com os rivais dos lugares cimeiros foi reveladora do espírito vencedor de Miguel Oliveira, que batalhou primeiro com Jonas Folger, pela 6.ª posição, e depois com o líder do Campeonato, Luís Salom, para chegar à 4.ª. A oito voltas do fim, o único português em competição já tinha garantido o 3.º lugar a escassas 6 décimas para o 2.º classificado. A luta afincada permanecia com Salom, a cuja roda traseira Oliveira praticamente se colou, chegando mesmo a conseguir o 2.º posto nos momentos finais. Miguel Oliveira, já a pensar na estratégia para a Austrália, onde quer tirar partido do facto de todos estarem concentrados no Campeonato, aproveita hoje o momento para celebrar, visivelmente satisfeito: “Depois da partida que fiz não esperava ficar no pódio,” reconheceu Miguel Oliveira. “Sabia que o podia fazer, mas tive de recuperar muito terreno e correr muitos riscos nas primeiras voltas, nas zonas de travagem e também com a velocidade em curva. Esta não é uma pista fácil para os pneus, pelo que nas últimas voltas foi mesmo muito complicado controlar a moto. Penso que a Mahindra e a equipa mereciam este pódio e eu ainda mais. Com o final do Campeonato a aproximar-se os pilotos da frente vão sentir pressão e nós podemos tentar tirar partido disso. Estou contente com este pódio, que dedico à minha equipa, fãs e patrocinadores, e penso que nas próximas corridas a luta pelo título e as características dos circuitos podem ser favoráveis para um novo pódio”, conclui.
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