Em 1969 o Campeonato do Mundo de Ralis ainda não tinha nascido. Mas os melhores pilotos da época já se encontravam em Portugal. Aos comandos de um Citroën DS21, Francisco Romãozinho e Jocames formavam a primeira das cinco equipas nacionais a vencerem no seu terreno. Desde 2003, a Citroën contabiliza seis vitórias, quer ao nível do campeonato nacional, com Armindo Araujo/Miguel Ramalho (Saxo Kit-Car), quer no WRC, com Sébastien Loeb/Daniel Elena (C4 WRC) e Sébastien Ogier/Julien Ingrassia (DS3 WRC). A dupla Mads Østberg/Jonas Andersson, então rival da Citroën, também já se impôs nos troços portugueses. Foi em 2012, no cômputo de uma prova que foi dominada mesmo até à derradeira especial pelo Citroën DS3 WRC de Mikko Hirvonen/Jarmo Lehtinen. Em 2007, o Rali de Portugal fazia o seu regresso ao calendário do Campeonato do Mundo. Mudou-se no Algarve e é hoje um dos eventos mais apreciados pelas diferentes equipas. O percurso pouco tem mudado ao longo dos anos. Didier Clément, engenheiro responsável pela operação dos Citroën DS3 WRC, explica: «É uma prova que está na média dos ralis de terra do campeonato. Um carro eficiente nesta superfície será necessariamente competitivo em Portugal.» Mas há um elemento específico pode mudar tudo: o tempo... «Dependendo das condições, a aderência pode variar de um extremo ao outro. Em caso de chuva, a terra transforma-se em lama e a superfície torna-se muito escorregadia. Abrir a estrada torna-se numa vantagem. Se estiver seco, torna-se muito difícil para os pneus porque o seu desgaste é um parâmetro importante. Aí é preferível partir mais atrás.» As novas regras impõem a posição inicial no primeiro dia, de acordo com o escalonamento no campeonato. Mads Østberg será o terceiro a arrancar para a estrada e Kris Meeke o sétimo. «Já não podemos definir a nossa estratégia como acontecia anteriormente, com a especial de qualificação», acrescenta Didier. «Há, portanto, que explorar os dados de que dispomos para permitir que nossos pilotos se possam expressar em pleno. Se errarmos na escolha de pneus, poderemos perder um minuto numa ronda por troços. Em caso de forte chuva ou de sol quente, poderá passar a metade. Mas entre os dois, torna-se muito mais complicado. O solo não reage, todo por igual, da mesma forma à humidade. E como a superfície não é homogénea, há que saber adaptar à mesma. Usamos a nossa experiência, a dos pilotos, os dados recolhidos pelos engenheiros nos reconhecimentos, os da Michelin e a informação meteorológica à nossa disposição para fazer a nossa escolha. É um trabalho de equipa que deve permitir aos nossos pilotos desfrutar de uma solução ideal nas especiais.» O Estoril regressa à rota do Rali de Portugal. Localidade de arranque da prova há 39 anos e que também acolheu um GP de F1, ela será o km 0 da edição de 2014, marcado para as 15h00 desta 5ª Feira, dia 3 de Abril. Após a cerimónia de partida, as equipas cumprem 20 quilómetros até chegarem a Lisboa, onde será disputada uma Super Especial de 3,27 quilómetros. Segue-se uma longa ligação de 288 km para alcançarem o Parque Fechado no Estádio Algarve. Na manhã de 6ª Feira os pilotos partirão de acordo com a sua classificação no Campeonato do Mundo para uma ronda de três especiais, a percorrer por duas vezes, intervalada por uma Assistência de trinta minutos a partir das 13:30. As especiais já são conhecidas da maioria dos pilotos: Silves (21,50 km), Ourique (25,04 km) e Almodôvar (26,48 km) irão definir a classificação no final do primeiro dia. No Sábado, as equipas do WRC arrancam para a prova na ordem inversa da sua classificação. Tal como no dia anterior, haverá uma dupla passagem por três especiais, com uma paragem a meio do dia. Depois de Santa Clara (19,09 km), segue-se a mais longa especial do rali, Santana da Serra (31,90 km), disputada na direcção inversa à das edições anteriores. A volta termina com o troço de Malhão (22,15 km) antes do regresso ao Estádio Algarve. O último terá três especiais que acumulam apenas 43,87 km cronometrados. Às 08h50 as tripulações partem para o troço de Loulé (13,83 km), seguindo-se São Brás de Alportel (16,21 km), antes do regresso final a Loulé, classificativa que será a «Power Stage» da prova. A chegada do rali está marcada para as 12h25 de Domingo, dia 6 de Abril, no Estádio Algarve.
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