A sétima etapa do Dakar 2016 teve um herói, o português Paulo Gonçalves. O piloto parou para ajudar um 'motard' sob risco de ser prejudicado no tempo. Num dia em que estavam previstos 481 quilómetros (dos quais 336km cronometrados) entre Uyuni e Salta, o mau tempo voltou a intrometer-se, obrigando à antecipação do final da especial para as motos. Mas antes disso já se tinham verificado percalços importantes. Matthias Walkner (KTM) sofreu uma queda e fracturou o fémur, com Paulo Gonçalves a parar para prestar assistência ao austríaco. O acto do piloto português foi reconhecida pela organização, que 'descontou' os 10m53s que Gonçalves perdeu com o incidente, colocando-o no terceiro lugar da etapa. “Fiz aquilo que me competia. O Dakar é uma aventura de muito risco, de muito sacrifício, damos tudo por tudo ao longo de vários dias, milhares de quilómetros, e o risco está sempre à espreita. Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória, sem ela não vencemos”, referiu Paulo Gonçalves, através da rede social Facebook. Mesmo assim Gonçalves não baixou os braços. Não só foi o segundo mais rápido da etapa, que acabou encurtada devido ao mau tempo, a 1m57s do vencedor, o francês Antoine Meo (já descontados os 10m53s que perdeu no auxílio a Walker), como ainda ganhou tempo aos seus mais diretos adversários. Toby Price, segundo na geral, ficou-se pelo quarto tempo, a 6m42s de Meo, atrás do argentino Kevin Benavides. Em termos de classificação geral, Gonçalves tem agora 5m15s de vantagem sobre Price. Outro dos heróis da etapa foi Hélder Rodrigues. O piloto da Yamaha foi muito consistente durante a etapa rodando sempre entre os primeiros. No final, ficou com o quarto melhor tempo, a 4m58s de Meo.
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