Não é ainda a corrida de abertura da temporada de 2016 do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1, mas os testes no Circuit de Barcelona-Catalunya, que se realizam entre os dias 22-25 de Fevereiro e 1-4 de Março, carregam muitas das expectativas de uma abertura de temporada para a Haas F1 Team, que protagoniza a sua estreia. Depois de numerosas conferências de imprensa e de actualizações mediáticas sobre a progressão da equipa desde uma boa ideia até a uma entidade tangível, Barcelona marca tanto um ponto culminação como um princípio. Passaram trinta anos desde que uma equipa americana fez parte do pelotão da Fórmula 1. Ironicamente, essa equipa de 1986 era possuída por Carl Haas, que não tem qualquer grau de parentesco com Gene Haas, o dono da Haas F1 Team e fundador da equipa do parceiro principal, Haas Automation, o maior construtor de máquinas CNC da América do Norte. O facto de uma entidade americana regressar à Fórmula 1 não é um feito menor. Considerando que a Haas F1 Team garantiu uma licença para a Fórmula 1 em Abril de 2014 e a Fevereiro de 2016 a equipa reúne-se pela primeira vez para colocar o seu carro em pista. Neste período de tempo, mais de cem pessoas foram contratadas, colocadas em três bases de três países distintos – Kannapolis, Carolina do Norte; Banbury, Reino Unido; e Parma, Itália. Uma parceria técnica com a Scuderia Ferrari foi formada, a equipa mais bem-sucedida da história da Fórmula 1, fornecendo à Haas F1 Team a sua unidade de potência, caixa de velocidades e apoio técnico geral. Foram contratados pilotos experientes, como é o caso de Romain Grosjean e Esteban Gutiérrez, entretanto, foram construídos os transportes, ferramentas foram encomendadas, peças foram maquinadas, fatos ignífugos foram feitos e todas estas peças e muitas outras foram logisticamente organizadas para circum-navegar o globo desde Fevereiro, o primeiro teste em Barcelona, até ao final da temporada, em Abu Dhabi. Tudo se inicia em Barcelona, onde o primeiro carro construído pela Haas F1 Team é literalmente testado. Dois anos de trabalho estarão à vista no circuito de 4.655 quilómetros e dezasseis curvas, naquilo que é apenas o início do desafio da Haas F1 Team na Fórmula 1. Dois testes de quatro dias ao longo de doze é tudo o que a Haas F1 Team tem para assegurar que os seus carros, que serão pilotados por Grosjean e Gutiérrez, estão pronto para o primeiro dos vinte e um fins-de-semana de Grande Prémio de 2016. O maior calendário da história da Fórmula 1 inicia-se a 20 de Março em Melbourne, Austrália. Entre o regresso de Barcelona à base europeia da Haas F1 Team, em Banbury, e a chegada a Melbourne para o fim-de-semana de corridas, existem apenas dez dias disponíveis para a equipa. Nesse período, as lições aprendidas nos testes de Barcelona serão aplicadas aos carros antes de serem carregados e transportados aereamente para o outro lado do mundo. O mote de Espanha é “Plus Ultra”, o que traduzido do latim significa “Ainda Mais Além”. É um mote que assenta muito bem também à Haas F1 Team, com a equipa americana a necessitar de ir ainda mais além nos testes de Barcelona e nas águas agitadas de um fim-de-semana de Grande Prémio.
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