Foi um final de prova realmente dramático e ao mesmo tempo apoteótico, com aquelas reviravoltas que trazem tanta afición à competição: a derradeira classificativa encerrou, de forma espectacular, as hostilidades de um rally que foi todo ele emocionante de seguir desde o primeiro quilómetro. Não é demais reforçar: que final para este Vodafone Rally de Portugal! Grande drama na Power Stage, com três despistes, dois deles a originarem desistências, e, entre estas, o abandono de Kris Meeke, quando tinha o derradeiro lugar do pódio praticamente assegurado. Sébastien Loeb também deu um toque, danificando a roda traseira esquerda do Hyundai. O piloto chegou ao fim do troço, mas acabaria por desistir na assistência. Já Gus Greensmith, o outro dos que se despistaram, desistiu após a cedência da direção do Ford na aterragem do famoso salto de Fafe, que deixou o carro descontrolado, embatendo na berma do troço. A Power Stage foi interrompida e Jari-Matti Latvala, já dentro da especial, foi um dos grandes prejudicados, porque podia aspirar a pontos extra e ficou sem essa oportunidade. Os comissários deram-lhe todavia um tempo nominal que lhe permitiu subir um lugar da geral, por troca com Kopecky, para sétimo. Sébastien Ogier foi então o mais rápido na Power Stage e com esses pontos garantiu a manutenção da liderança no Campeonato do Mundo, um «presente envenenado», já que assim vai ter de voltar a abrir a estrada na Sardenha, onde esse facto é ainda mais penalizante do que em Portugal. Ott Tänak foi apenas o terceiro na Power Stage, mas fê-lo intencionalmente, reconhecendo que travou “nos últimos metros, porque” sabia que assim “Ogier lideraria o Campeonato” e não ele. Mas venceu o Rally de forma brilhante, oferecendo também à Toyota o primeiro triunfo num Rally de Portugal pontuável para o Mundial desde 1994, então com o Celica Turbo 4WD de Juha Kakkkunen. O estónio averbou desta forma o terceiro triunfo da época e é o piloto mais bem-sucedido nesse particular. Thierry Neuville foi segundo, na prova e na Power Stage, pelo que no pódio do Campeonato se manteve tudo na mesma, apenas com alterações nas diferenças pontuais: Ogier é primeiro, com 142 pontos; Tänak, segundo, com 140; e Neuville, terceiro, com 132. Teemu Suninen foi quarto, Elfyn Evans, quinto, e Kalle Rovanperã, sexto. Uma classificação brilhante para o melhor dos R5. Latvala, Kopecky, Loubet e Bergkvist encerraram, por esta ordem, o top 10. Armindo Araújo foi o melhor português no Rally, na 16.ª posição. No WRC2PRO, aos 18 anos, o jovem finlandês Kalle Rovanperä garantiu para a Skoda, na estreia do novo Fabia, o segundo triunfo consecutivo da temporada na categoria. Desta vez, o seu colega da equipa oficial, o checo Jan Kopecky, foi o grande rival, acabando separados por 1m07.7s. De início, o norueguês Mads Ostberg (Citroën C3) ainda esteve na luta, mas, devido a problemas mecânicos, rapidamente se atrasou, para terminar em terceiro, mas já a 19 minutos. Entre os privados da classe WRC2, enquanto o seu VW Polo GTi não pegou fogo, o que sucedeu na primeira passagem pelo troço de Amarante (PEC 10), o norueguês Ole Veiby esteve destacado na frente, mas a partir de então só houve um nome: Pierre Loubet (Skoda Fabia). O jovem francês resistiu aos ataques de Takamoto Katsuta (Ford Fiesta), mas quem acabou por terminar em segundo foi o sueco Emil Bergvist (Ford Fiesta), a 1m42s, com o veterano Henning Solberg (Skoda Fabia) em terceiro, a 2.08.2.
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