Toyota vence 24 Horas de Le Mans

O Toyota número 8 venceu este domingo as 24 Horas de Le Mans, em França, e permitiu ao espanhol Fernando Alonso, ao suíço Sébastien Buémi e ao japonês Kazuki Nakajima sagrarem-se campeões mundiais de resistência. Nakajima, que teve a seu cargo o último turno de condução, chegou à liderança à entrada da 24.ª e última hora de corrida, beneficiando de um alegado furo no outro Toyota, conduzido pelo argentino José Maria Lopez, que liderava destacado. A equipa enviou uma mensagem a sinalizar furo pelo ecrã e o piloto argentino, antigo campeão mundial de turismo (WTCC), dirigiu-se às boxes em ritmo lento, permitindo a ultrapassagem. Nakajima cortou a meta com 16,972 segundos de vantagem sobre López. Os russos Vitaly Petrov e Mikhail Aleshin e o belga Stoffel Vandoorne (SMP Racing-BR Engineering) fecharam o pódio, a seis voltas dos Toyota. Os vencedores completaram 5.246 quilómetros em 285 voltas, ficando aquém do recorde da prova, de 5.410,713 quilómetros, em 397 voltas, conseguido pela Audi em 2010. Filipe Albuquerque (Ligier-Gibson) foi o melhor português, terminando na nona posição da geral, quarto da classe LMP2, juntamente com os britânicos Phil Hanson e Paul di Resta. Albuquerque que participou na prova pela sexta vez, impôs sempre um andamento forte e regular e chegou ao final com o sentimento de dever cumprido: "A nossa corrida decorreu na perfeição. O carro portou-se bem sem qualquer problema de fiabilidade e nós, pilotos, fizemos o nosso trabalho sem grandes contratempos, excepção feita ao 'drive-through' que me foi imposto, mas, para além disso, andámos sempre bem e ao ritmo que o carro permitia. Fomos de longe o melhor Ligier e dificilmente conseguiríamos fazer melhor, salvo se algo acontecesse aos nossos adversários", começou por referir. A falta de andamento do Ligier foi notória sobretudo num traçado tão particular como o de Le Mans: "Infelizmente o nosso carro está longe dos Oreca em termos de performance. Eles são mais rápidos e não havendo percalços, era difícil chegarmos a eles. Ainda recuperámos dois lugares, de sexto até quarto, e ficámos na expectativa do que poderia acontecer nas últimas horas. Infelizmente nada mudou e o quarto lugar foi o resultado possível. Gostava de ter chegado ao pódio, mas acho que o quarto lugar foi mais do que esperávamos no início da prova e um resultado justo, para o andamento que conseguimos impôr. Termino as 24h de Le Mans com o sentimento que dei o melhor, que não cometi erros e que não havia nada que pudesse fazer. Para o ano, quem sabe, consiga o tão desejado pódio", rematou Filipe Albuquerque satisfeito com o trabalho que realizou nos últimos dias. António Félix da Costa (BMW M8) foi o 31.º da geral, 11.º da GTE Pro, e Pedro Lamy (Aston Martin) desistiu com o motor partido. Ainda assim Félix da Costa e os seus colegas regressaram à pista e de tudo fizeram para continuar a luta com os seus adversários, mas a verdade é que o andamento nunca foi ameaçador para os adversários e a BMW acabou por ter de se contentar com o 11º lugar da categoria GTE PRO, numa das mais duras provas da carreira do piloto Português da BMW: "Estou cansado, foi uma corrida muito dura, mas também feliz por termos terminado esta dura prova. Obviamente na BMW estamos algo desapontados por não termos conseguido lutar pelos lugares da frente, o nosso objetivo nesta prova. De qualquer forma depois de tantas dificuldades e alguns problemas que nos fizeram perder tempo, mostrámos espirito de luta e de equipa para conseguirmos levar ambos os carros da BMW até ao final. Não é o resultado que queríamos, mas é um consolação para toda a equipa, que de tudo fez para que chegássemos ao final", referiu o piloto de 27 anos, que guiou cerca de 9 horas de prova, tendo tido um papel essencial na batalha da BMW, que viu a Ferrari vencer a prova na categoria GTE PRO (Daniel Serra, James Calado, Alessandro Pier Guidi) , com a Porsche a ocupar o 2º e 3º lugares finais, com Lietz, Bruni e Makowiecki no lugar intermédio e Pilet, Bamber e Tandy a fecharem o pódio.

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