Kalle Rovanperä faz história no Rally de Portugal

Aos 21 anos, Kalle Rovanperä tornou-se o mais jovem vencedor de sempre nas 55 edições do Vodafone Rally de Portugal. Na (elogiada) prova do ACP, o prodígio finlandês voltou a mostrar toda a sua classe: ganhou pela terceira vez consecutiva no WRC e reforçou a candidatura a mais jovem campeão mundial de sempre, pois tem agora 46 pontos de avanço sobre Thierry Neuville. Elfyn Evans, vencedor em Portugal no ano passado, confirmou a dobradinha da Toyota, marca que chega ao sétimo triunfo em solo luso. Num rali com emoção até ao último quilómetro, Dani Sordo garantiu o derradeiro lugar do pódio para a Hyundai, enquanto Armindo Araújo (Skoda) voltou a ser o melhor português. Markku Alén tinha 24 anos quando ganhou o primeiro Rally de Portugal. Sébastien Ogier tinha 26. Miki Biasion, 30. Sébastien Loeb, 33. Hannu Mikkola, 36. Kalle Rovanperä tem… 21. Depois de ter sido campeão do Mundo do WRC2 aos 19 anos e de ter ganho a sua primeira prova no WRC aos 20, Kalle Rovanperä tornou-se, este fim de semana, o mais jovem vencedor de sempre nas 55 edições do melhor rali do mundo. Vitorioso na Suécia e na Croácia – neste caso, com uma exibição épica na Power Stage –, Rovanperä teve, em Portugal, o maior teste à sua liderança do WRC, já que teve de ‘abrir’ a estrada no primeiro rali de terra de sempre dos novos Rally1 híbridos. Sem se intimidar com a tarefa, o jovem piloto da Toyota chegou ao final da primeira etapa no segundo lugar, ‘só’ perdendo 13,6s para o seu companheiro de equipa, Elfyn Evans… que tinha sido o nono a partir para os troços (!). A partir daí, os dois pilotos da Toyota encetaram um duelo intenso que durou até à penúltima especial, quando Rovanperä ganhou mais 2,4s a Evans e colocou a diferença entre ambos nos 9 segundos. Só que o talento do finlandês ainda produziu mais uma obra-prima na icónica Power Stage de Fafe. Num dos mais famosos troços do mundo, em circunstâncias onde toda a gente anda em ‘maximum attack’, Rovanperä bateu toda a concorrência por mais de 2 segundos, amealhando mais uma pontuação máxima. Uma temporada que, diga-se, parece ‘condenada’ a entrar para os anais da História dos ralis. “Neste momento parece que estamos a guiar muito bem”, referiu Rovanperä, com a naturalidade que lhe é habitual. “Começar a abrir a estrada, aqui, e mesmo assim conseguir lutar pela vitória, foi muito bom. Um grande obrigado ao Jonne (Halttunen) e também à equipa – tivemos condições muito duras no terreno e o nosso carro foi sempre perfeito. Podemos todos estar muito felizes”, apontou. A Toyota, refira-se, ficou a uma vitória de igualar a Lancia e Citroën (8 vitórias cada) no número de triunfos em Portugal. Evans também não ficou propriamente desiludido com o segundo lugar. Este ano, o galês tinha como melhor resultado o quinto lugar na Croácia e a performance, em Portugal, é um tónico de confiança importante para Evans, que continua a ter o português Rui Soares como engenheiro. Ainda mais emocionante foi a discussão pelo derradeiro lugar do pódio. Dani Sordo conseguiu superar Takamoto Katsuta já na Power Stage e colocou a Hyundai no pódio final, minimizando, assim, os diferentes azares que foram afetando Thierry Neuville (5.º) e Ott Tänak (6.º). Ainda mais difícil foi a prova da M-Sport Ford. Aos 48 anos, Sébastien Loeb ainda foi um dos quatro líderes do rali - ao lado de Neuville, Evans e Rovanperä -, mas ficou de fora com aquilo que classificou como o “erro mais estúpido da minha carreira”, na sexta-feira. O jovem Pierre-Louis Loubet, a fazer a sua estreia na M-Sport, foi o melhor representante da equipa britânica, no sétimo lugar, logo na frente de Craig Breen (problemas de travões este domingo) e Adrien Formaux.

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