Poucas semanas após ter completado 18 anos, Guilherme Oliveira vai subir mais um patamar na carreira, ao competir na 61ª edição das 24 Horas de Daytona, uma das mais prestigiadas provas de automobilismo do mundo, disputada entre 26 e 29 de janeiro, nos Estados Unidos. O jovem piloto de Vila Nova de Gaia que, em 2022, fez sensação ao sagrar-se vice-campeão da Europa de LMP3, vai tornar-se o mais jovem português de sempre a participar na clássica americana, ao volante de um protótipo Ligier da Categoria LMP3, pela equipa alemã MRS GT-Racing. Uma ascensão meteórica! Guilherme Oliveira só completou 18 anos de idade no passado sábado, mas prepara-se para voltar a fazer História no automobilismo português, ao tornar-se o mais jovem piloto nacional a competir nas Rolex 24 Horas de Daytona, a mais emblemática prova de resistência em solo americano, que tem dois pilotos portugueses no quadro de vencedores. O piloto nacional vai integrar a equipa alemã MRS GT-Racing, repartindo o volante do Ligier JS P320 com o mexicano Sebastián Álvarez, o singapurense Danial Frost e o norte-americano Alex Vogel. “É, ao mesmo tempo, o concretizar de um sonho e uma grande oportunidade”, admitiu o jovem piloto português. “Daytona é um dos mais emblemáticos locais do desporto automóvel mundial, um nome que me desperta um certo fascínio desde criança, além de treinar bastante este circuito nos simuladores. O IMSA é um campeonato importantíssimo, cheio de equipas de topo, que estão sempre à procura de pilotos rápidos e competitivos, de várias partes do mundo. Fiquei muito contente com a oportunidade de correr com a MRS GT-Racing. Sei que é uma equipa com uma estrutura forte e que está a aprender a trabalhar com o LMP3. Espero integrar-me bem, fazer um bom trabalho e ajudar a formação a conseguir um bom resultado. O LMP3 não é um carro pensado para provas de 24 Horas, por isso, acredito que eu e os meus companheiros de equipa teremos de fazer uma boa gestão da corrida, que é muito dura”, apontou Guilherme Oliveira, que já conhece Sebastián Álvarez da ELMS, visto que o mexicano foi terceiro classificado dos LMP3 no ano passado. Correr na mesma categoria de uma referência como João Barbosa é outro momento significativo para Guilherme Oliveira. “O João Barbosa é um dos pilotos portugueses que me habituei a seguir desde pequeno. É mesmo um exemplo a todos os níveis para mim. Qualquer jovem piloto gostava de construir uma carreira como profissional, como ele fez a partir dos Estados Unidos ao longo de décadas, daí esta ser uma oportunidade que quero muito agarrar”, afirmou. Guilherme Oliveira, que nunca competiu nos Estados Unidos, vai viajar para a Flórida no dia 17 de janeiro, preparando a sessão de qualificação (Roar), que é disputada no fim de semana anterior à corrida de 24 Horas, definindo a grelha de partida para a prova. O evento principal disputa-se de 26 a 29 de janeiro e este ano tem um atrativo-extra: a estreia dos novos Hypercars da categoria-rainha, GTP, onde pontificam marcas como a BMW, Porsche, Acura (Honda) e Cadillac. Disputadas desde 1966 na Daytona International Speedway, uma das mais históricas pistas norte-americanas, que utiliza uma secção da famosa oval, misturada com uma zona no ‘miolo’ do circuito, as Rolex 24 Horas de Daytona atraem anualmente as melhores equipas dos Estados Unidos e vários pilotos e equipas de elite da Europa, num plantel que terá 61 carros, distribuídos por diferentes categorias. João Barbosa (três vezes) e Filipe Albuquerque (duas) já inscreveram o seu nome na lista de vencedores em Daytona, e o sucesso dos pilotos portugueses abriu portas a uma nova geração de talentos lusos, da qual Guilherme Oliveira é o mais promissor representante. Depois de uma notável carreira no karting, onde conquistou 15 títulos nacionais e ibéricos, Guilherme Oliveira teve uma rápida adaptação ao mundo dos protótipos e das corridas de resistência, ficando a um pequeno passo de se sagrar campeão da Europa da categoria LMP3, apenas na sua segunda época nos automóveis. Pelo meio, venceu provas como as 4 Horas de Monza (Itália), as 4 Horas de Barcelona (Espanha) e as 4 Horas de Spa-Francorchamps (Bélgica), ficando a escassos 11 minutos de garantir o título europeu em ‘casa’, nas 4 Horas de Portimão, quando um incidente de um companheiro de equipa danificou irremediavelmente o seu carro. A performance, no entanto, não passou despercebida a algumas das equipas que competem no IMSA WeatherTech SportsCar Championship, o campeonato norte-americano de resistência. A equipa alemã MRS GT-Racing convidou-o para disputar as 24 Horas de Daytona ao lado do mexicano Sebastián Álvarez, do singapurense Danial Frost e do norte-americano Alex Vogel. O quarteto de pilotos estará ao volante de um Ligier JS P320 da categoria LMP3, o mesmo modelo que Guilherme Oliveira pilotou em 2022, no European Le Mans Series.
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